domingo, 17 de fevereiro de 2008

Hillary e Obama à caça dos superdelegados


Hillary e Obama à caça dos superdelegados
Em Denver, estes delegados podem vir a ser decisivos Até agora os superdelegados eram vistos como uma espécie de "barões" do aparelho do Partido Democrata, chamados a participar com pompa e circunstância nas convenções. Todos eles têm ou tiveram posições de liderança e na maioria são funcionários eleitos.

É nessa qualidade de eleitos, e uma vez que também têm que passar por campanhas eleitorais, que um estudo feito pela ONG Centro para Política Responsável veio descobrir um aspecto interessante: ao longo dos últimos três anos, as campanhas de Hillary Cinton e Barack Obama contribuíram com 890 mil dólares para esses delegados.

Diz o estudo que "Obama encaminhou mais de 694 mil dólares para superdelegados através da sua comissão de acção política, Hope Fund, ou comissão de campanha desde 2005. Dos 81 funcionários eleitos que até 12 de Fevereiro anunciaram os seus votos como superdelegados para o senador do Ilinóis, 34 (40% do grupo), receberam dele contribuições de campanha nos ciclos eleitorais de 2006 e 2008, num total de 228 mil dólares. Recebeu também o apoio de 52 superdelegados que não concorreram recentemente a eleições, e, portanto, não receberam dele contribuições para campanha."

Quanto a Hillary Clinton, "a sua comissão de campanha, HILLPAC, distribuiu 195 mil dólares por superdelegados. Só 12% dos seus superdelegados eleitos, ou 13 em 109 que dizem apoiá-la, receberam contribuições de campanha, totalizando cerca de 95 mil dólares em 2005. Outros 128 superdelegados apoiam Clinton."

Larry Sabato, cientista político da Universidade da Virgínia, diz que "só os limites da criatividade humana podem restringir as formas através das quais Obama e Clinton vão tentar ajudar os superdelegados. Creio que se a nomeação de facto depender dos superdelegados, a regra não escrita será "pede e talvez recebas".

Mas de facto a regra dos superdelegados é não serem fiéis a ninguém até à convenção. Estão, por isso, a trilhar outras vias que permitem anteriores desvinculações e uma adaptação à situação de momento.

É o que já se está a passar no Capitólio. O congressista David Scott, antes apoiante de Hillary, afirma que "temos que representar os desejos dos nossos constituintes. A minha posição seria votar pelos desejos dos meus constituintes". O congressista John Lewis, de um distrito de Atlanta (Jórgia), votou 3-1 a favor de Obama embora em público diga não estar pronto a deixar de apoiar Clinton. Quando os amigos lhe falam em mudar-se para o campo oposto diz que "pode acontecer, não há dúvidas sobre isso. E pode acontecer com muita gente... é só começarmos a contagem e olharmos para o relógio."

Florida e Michigan

Agora que todos os delegados contam, volta a reacender-se no Partido Democrata a história das votações na Florida e no Michigan, que em conjunto representam 366 delegados.

Ambas as primárias foram tornadas não-oficiais depois de a sua data ter sido antecipada, violando as regras do partido. Mas mesmo assim participaram nas primárias "ilegais" 2,4 milhões de eleitores, o que torna nervosos os dirigentes nacionais. Agora não sabem o que fazer. Novas eleições na Florida custariam uns 10 milhões de dólares e não querem fazer caucus. O senador Carl Levin, do Michigan, diz que isso não seria "prático nem justo".

De qualquer forma, uma solução teria sempre que passar pelo acordo de Hillary Clinton e Barack Obama, o que é bastante difícil de acontecer.

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